A nossa vida é construída de novas fases, de novas etapas. Se não
resolvermos o passado bem, ele perseguir-nos-á até ao fim. O problema é que
conhecemos pessoas boas e menos boas na vida, numa dessas etapas, e vamos
chama-las de “salvação”, e essas pessoas boas são o nosso refúgio, o nosso
porto de abrigo, o nosso ombro amigo, sempre, e pensamos que quando passamos
para a próxima fase ou etapa da vida, que essas pessoas nos vão acompanhar no
nosso percurso, mas a verdade é outra. Talvez no início, nós vamos ainda buscar
forças a essas pessoas, mas essas pessoas ao longo do tempo já não terão lugar na
vida delas para nós, assim como nós temos para elas. Temos então de caminhar
esse percurso da nova fase sozinhos, até encontrarmos alguém que queira
acompanhar-nos até ao fim dessa etapa, não é toda a gente que o quererá fazer,
mas há quem o faça. Não é fácil. Ao final dessa etapa, vamos perder novamente
um companheiro, e ficamos sós até ao começo da próxima fase. É muito difícil dizer
isto, mas a realidade é esta, de facto… A nossa vida é feita de começos e fins,
e haverá sempre alguém que nos acompanhará desde o início até ao fim, mas na
próxima fase, essa pessoa já não fará parte, por ter encontrado outras pessoas
que ocuparam o nosso lugar, talvez por esquecimento, talvez por não termos sido
tão importantes assim, talvez só por companhia no percurso dessa etapa, tantas
e tantas hipóteses. Não vale a pena chorarmos por coisas que nunca mudarão. A
vida é assim. É mais doloroso ainda quando nos apegamos tanto às pessoas,
quando damos tanto de nós e recebemos “um nada” no nosso coração. É duro
aperceber-nos que deixamos de existir para as pessoas, e principalmente quando
partilhamos tanto com essas pessoas… Tantas e tantas fases e etapas, momentos,
e muitas outras coisas. Às vezes nem precisamos de viver muitas etapas da vida
para nos apegarmos às pessoas, que pensávamos que estariam lá para sempre.
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